Padronização de etapas

Em face ao bem elaborado currículo que foi recentemente desenhado por uma autoridade, na padronização de testes para as insígnias, eu fui obrigado a criticar neste sentido:
“Eu espero que os compiladores não tenham perdido de vista o compromisso e o espírito do Movimento, o transformando em uma escola de treinamento de eficiência através do sistema de etapas, marcos e padrões.”
“ Nosso compromisso é meramente ajudar os rapazes, especialmente no fim da vida escolar, a se tornar pessoalmente entusiasmado em matérias que o atraia e que será útil para ele.
Nós fazemos isso através da diversão e alegria do Escotismo, pelos progressivos estágios ele pode ser levado naturalmente e inconscientemente a desenvolver por si mesmo o conhecimento.
Quando o ter supera o ser.
Mas se nós o transformarmos em um esquema formal de instrução séria e por eficiência, perdemos todos os pontos e o valor do treinamento escoteiro e nós caímos na vala do trabalho das escolas sem os especialistas treinados para executar.
Nós temos que lembrar que os Chefes Escoteiros são lideres voluntários do Jogo Escoteiro e não professores qualificados e que depois dará a eles um rápido programa de estudos e assim minar seu ardor e originalidade em lidar com seus rapazes de acordo as condições locais.
Eu posso imaginar isto assustando muitos chefes corretos.
O Programa é uma sugestão que parece levar a um bom acordo que prescreve uma dose de Escotismo para Rapazes e se as proporções dos ingredientes receitados na prescrição não forem para você não poderá acusar o doutor se o remédio não funcionar.
Nosso padrão para a conquista de insígnias, como eu tenho frequentemente dito, não é o atendimento de certo nível de qualidade do trabalho (como na escola), mas ao MONTANTE DE ESFORÇO FEITO INDIVIDUALMENTE PELO CANDIDATO. Isto traz o mais deseperançoso caso em pé de igualdade com o mais brilhante ou irmão em melhor condição.

Nós queremos levar TODOS através do alegre autodesenvolvimento interno e não através da imposição de uma instrução formal externa.

Baden-Powell, The scouter.

Onde o exercício militar falha

Vejo em um dos jornais recentes que alguém se revelou como o inventor original do Escotismo. Este é o quarto em que agiu assim em quatro anos. Tenho para mim que o fundador original, Epictetus(2), morreu muitas centenas de anos atrás.
Este em particular fala que nós pervertemos os ideais originais dele e que não somos suficientemente militarizados.
A verdade é que esses cavalheiros vêem uma semelhança em nossa tropa com algo que eles imaginaram para eles, mas não estudaram a fundo e não puderam perceber, portanto, seu significado ou suas possibilidades.
Qual nosso objetivo? Eles parecem não considerar isto como alguma coisa importante no argumento deles. Mas acontece que é a pedra angular na qual a questão se apóia.
Nosso objetivo é pegar os jovens e abrir suas mentes, revelando o caráter de cada rapaz (e não há dois exatamente iguais), fazendo-os bons homens, para com Deus e sua pátria, encorajando-os a serem trabalhadores enérgicos e serem honrados, varonis e com sentimento fraterno uns com os outros.
Como o nosso Movimento atrai todas as classes ( os mais pobres têm iguais chances e consideração tanto quanto os mais afortunados), muita da desigualdade humana do presente será transformada em valorosa cidadania. É pelo caráter de seus cidadãos, e não pela força de seus braços, que um país se mostra superior em relação a outros.
B-.P em revista aos lobinhos


Se pudermos instigar aquele caráter e senso de fraternidade em todos os nossos jovens, em casa e nos domínios britânicos ultramarinos, estaremos forjando um elo mais forte do que o que une no momento o Império inteiro.
E como o Movimento torna-se firme, como está acontecendo também em países estrangeiros, promoverá um laço comum de simpatia que traz a paz entre as nações.
Nossas oportunidades e possibilidades nesse sentido são imensas, e estes são os objetivos que nossos Chefes Escoteiros têm ao planejar seu trabalho.
Mas nossos originais inventores aparentemente nunca pensam nessas finalidades. Isto certamente não poderão alcançar através do exercício militarizado mais do que poderiam alcançar ensinando seus avós a andar na corda bamba.
Pessoalmente não ousaria falar disto não fosse por ter alguma experiência nesse assunto em particular. Uma boa parte da minha vida foi gasta treinando rapazes para serem soldados, cadetes ou Territorials (3), e servi com todos eles na ativa em mais de uma campanha. Tive oportunidade de ver os cadetes novamente na África do Sul e Canadá, e, nos primeiros tempos na Nova Zelândia e Austrália. Estas visitas me confirmaram a opinião que então expressei, ou seja, aquela que com o excelente material que encontramos em nossos jovens por todo o Império é bastante possível mandar para fora uma impressionante força de cadetes, todos habilidosos em manobras, cheios de autoconfiança, fardados com esmero, e com alto percentual de atiradores de elite. Mas muitas pessoas parecem achar que homens bem treinados são necessariamente bons soldados. Eu os testei em serviço e tive pouco uso para eles. Quanto melhor o soldado é exercitado em ordem unida, menos pode-se confiar nele para agir com responsabilidade individual.
A chamada disciplina era muito competente para impor neles o medo pela punição ou reprimenda, em vez de impor o espírito de agir corretamente. E este é essencial, se você não quer meramente dar um verniz de obediência, que não resiste a um teste de serviço.
Estas coisas, e muitos outros atributos do bom soldado, que podem ser resumidos na palavra caráter, devem ser instilados neles antes de poder considerá-los adaptados para o treinamento militar em ordem unida. Este é, na realidade, o polimento final, e não, como muitos parecem pensar, o primeiro passo para fazer um homem batalhador.
Os Boers nunca foram treinados militarmente, contudo se mostraram bons lutadores, e resistiram a nossas tropas treinadas em uma campanha de mais de dois anos.
Por que isso aconteceu? Porque eles tinham o lastro apropriado de caráter para a tarefa – eles eram independentes e diligentes, especializados em usar melhor sua coragem, bom senso e astúcia, (os três que fazem um bom soldado – coragem, senso comum e destreza). Aqueles homens só precisaram de um polimento final de ordem unida e uma disciplina um pouco mais forte para torná-los muito melhores soldados.
Esta é a seqüência de treinamento necessária. Se você aplica o sentido contrário, obtém somente o aspecto atraente. Você precisa, como essência, primeiramente ter o caráter estabelecido como seu lastro de trabalho.
Agora, qual é o objetivo dessas pessoas que querem treinamento militar em seus jovens?
Ordem unida nunca fará um bom cidadão, o que é bastante óbvio.
O objetivo deles deve ser então (a) fazê-los soldados em potencial para eles e (b) pegar os jovens com fascinação por ordem unida e assim trazê-los debaixo de alguma forma de disciplina e exercícios que são bons para eles.
No primeiro caso é essencial que os Chefes Escoteiros tenham instrutores excepcionalmente bons, caso contrário o ensino de disciplina nas paradas uma ou duas vezes por semana provavelmente não terá um efeito muito duradouro no caráter dos rapazes, e também o treinamento enfraquece no jovem depois de algum tempo e o afasta de tornar-se um soldado mais tarde. Se ele se engaja pensando que sabe tudo sobre o assunto, seu espírito, acostumado com o sofrimento temporário, ressentir-se-á com a disciplina quando estiver sob uma coisa tão real quanto permanente.
Como Oficial, simpatizo totalmente com alguém que disse que preferiria ter recrutas que nunca foram treinados, a esses que descreveu como "pães meio assados, que estavam crus, foram amassados novamente, e assados de novo antes que fossem bons soldados".
Em todo caso os líderes desses jovens poderiam aconselhá-los melhor a se tornarem cadetes genuínos e não mascará-los como Escoteiros.
No outro caso (b), a atração e treinamento de jovens rebeldes é certamente mais recomendável, e de longe o meio mais fácil para lidar com eles no que diz respeito ao comandante.
Mas então porque não unir-se à Associação Cristã de Moços ou aos Jovens da Igreja, cujo treinamento segue aquela direção?
B-.P saúda jovens facistas
Por transformarem nossa roupagem, mas não nossos idéias, ele espalham falsos conceitos sobre nossas intenções. Os pais e o clero supõem naturalmente que a arte militar é o fim e o objetivo do treinamento Escoteiro, e reagem de acordo. Eles não percebem que estamos trabalhando em um plano muito mais alto que aquilo, ou seja, fazer bons e bem sucedidos cidadãos.
Claro que há muitos Chefes Escoteiros em nosso Movimento que gostariam de dar um tom definitivamente mais nacionalista no treinamento de seus jovens. Eles acham que os jovens por si mesmos não percebem que o treinamento do caráter deles como escoteiros será a base de melhor qualidade para atingir metas futuras, seja ela tornar-se um soldado ou marinheiro, cidadão ou colono.
(Uma pequena prova nesse sentido é encontrada no Corpo de Cadetes dos Domínios Ultramarinos. Eu fui inspecionar os Cadetes, e encontrei algo em torno de 80 por cento de Sargentos Cadetes que foram Escoteiros de início.)
Bem, eu estou completamente de acordo com o sentimento de parte de nossos Chefes Escoteiros, e penso que encontrarão uma abertura no novo esquema dos Escoteiros Senior que agora está sendo criado, quando, com a base estabelecida e os jovens com idade para julgar por si mesmos, eles poderão seguir em alguma das linhas colocadas acima que possa atraí-los.

Janeiro de 1914

(1) Were Drill Fails (onde a ordem unida falha) – Drill: ordem unida.



(2) - Epiteto, em grego: epiktetos, "comprado" (* em Hierápolis, Frígia 55 - † Nicópolis, Épiro 135) foi um filósofo grego estóico que viveu a maior parte de sua vida em Roma, como escravo a serviço de Epafrodito, o cruel secretário de Nero que, segundo a tradição, uma vez quebrou-lhe uma perna. Apesar de sua condição, conseguiu assistir as preleções do famoso estóico Gaio Musônio Rufo. De sua obra se conservam um Enchyridion, o "manual de Epiteto", e alguns discursos - editados por seu discípulo Flavio Arriano. Como viver um vida plena, uma vida feliz? Como ser uma pessoa com boas qualidades morais? Responder a estas duas perguntas fundamentais foi a única paixão de Epiteto. Embora suas obras sejam menos conhecidas hoje em função do declínio do ensino da cultura clássica, tiveram enorme influência sobre as ideias dos principais pensadores da arte de viver durante quase dois mil anos.Para Epíteto, uma vida feliz e uma vida virtuosa são sinônimos. Felicidade e realização pessoal são consequências naturais de atitudes corretas.

UEB perde mais uma instância na Justiça para os Tradicionais

Já vem de longa data a peleja dos Neo escoteiros da União dos Escoteiros do Brasil com o intuito de ser a única a praticar escotismo no Brasil, bravata a qual nós da FET rebatemos junto a autoridades Brasileiras e Guineenses e assim protegemos nossos grupos de quaisquer ataques.
Cabe ressaltar que ao fim dos processos contra a nossa associação serão disparados processos da Federação e de pessoas afetadas diretamente por estas ações.
Estas ações poderão gerar milhões em indenizações para os afetados, onde por infelicidade dos membros da UEB terão que de certa forma arcar com o prejuízo criado por seus dirigentes que, com endeusamento pessoal, acreditaram que poderiam agir diversamente do modo escoteiro e obter sucesso.
Os grupos da FET tem como apoio um corpo de advogados que assessoram a federação e a defende e assessora todos os grupos em questões locais.
A direção da FET seguirá em harmonia com todas as associações que se portem escoteiramente, utilizando para isso o princípio da reciprocidade de tratamento.
Para informar aos interessados extraímos parte da decisão do Ilustríssimo Desembargador Flavio Rostirola
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Com relação ao termo "escoteiro", constata-se que houve o depósito da marca no INPI em 29 de setembro de 2008, cujo deferimento se deu em 03 de novembro de 2010.
Da leitura dos documentos de fls.74/75, percebe-se que o deferimento de exclusividade da marca "escoteiro" está vinculada a algum produto, como brinquedos, bolsas, chaveiros, uniformes, camisas etc.
O registro de um termo como marca de produto ou de serviço perante o INPI não é realizado para o fim de se conceder exclusividade de uma atividade, como faz crer a autora.
Em outras palavras, não se pode excluir de outras instituições a possibilidade de oferecer a atividade de escoteiro, porque não há exclusividade da Autora nesse mister.
Inclusive, a necessidade de regulação e de organização das atividades ligadas ao escotismo não se confundem com o registro de marca, que, por sua vez, não impede o uso da palavra escoteiro nas atividades da associação ré.
Ou seja, o fato de a autora possuir o registro da marca "escoteiro" não lhe dá o direito de ser a única associação existente no Brasil a praticar o escotismo e a utilizar a palavra escoteiro em suas atividades.
Note-se que a ocorrência de violação ao registro da marca dependeria de prova da distribuição de produtos ou de serviços com o termo reservado no INPI, o que não ocorre na espécie.
A ré pode, portanto, fazer uso do nome ESCOTEIRO sem ensejar prejuízos à Autora.
A instituição de associação com a finalidade de formação de jovens, focados no trabalho em equipe e na vida ao ar livre e que utilize o termo escoteiro em suas atividades não implica em ofensa ao direito resguardado pela Lei nº 9.274/96, que pressupõe o uso de uma marca.
Ainda sobre o tema, eis douto aresto deste Egrégio, que bem se amolda ao caso vertente:
"COMERCIAL - MARCA E NOME COMERCIAL - ABSTENÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE NOME E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO.01."O direito de exclusividade de uso de marca, decorrente de seu registro no INPI, é limitado para a classe para a qual é deferido, não sendo possível a sua irradiação para outras classes de atividades. Aplicação do princípio da especialidade. Precedentes do STJ" (REsp. 142.954-SP).02.A doutrina e jurisprudência sedimentadas primam pela proteção da marca, com o objetivo de reprimir a concorrência desleal, evitando possibilitar a confusão do consumidor no momento de adquirir produtos ou serviços, o que não restou caracterizado nos autos.03.Recurso desprovido. Unânime.(20010111054975APC, Relator ROMEU GONZAGA NEIVA, 5ª Turma Cível, julgado em 06/10/2003, DJ 25/03/2004 p. 47)" Grifei
Quanto ao recurso da Autora, com o reconhecimento da ausência de conduta que importe no uso indevido da marca "escoteiro" pela Requerida em suas atividades, mostra-se indevida a indenização por danos materiais e morais.
Quanto aos danos morais, cumpre salientar que os documentos que atestariam a exposição de ofensas na internet também não são capazes de demonstrar qualquer abalo na imagem da Autora (fls.181/205).
A meu ver, a exposição de irresignação quanto ao registro da marca "escoteiro" não constitui ato ilícito indenizável.
Sobre o tema:
"PROPRIEDADE INDUSTRIAL. MARCA REGISTRADA NO INPI. USO INDEVIDO. DANO MORAL. PREJUÍZO NÃO COMPROVADO. SENTENÇA MANTIDA. I - Verificado que ambas as empresas atuam no mesmo ramo empresarial e que a marca utilizada por elas, em razão de sua semelhança, pode causar confusão entre os clientes, deve prevalecer o direito daquela que teve sua marca devidamente registrada no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). II - À medida que a autora não comprovou que sua reputação foi atingida em virtude do uso indevido de sua marca por outra empresa, a não configuração dos danos morais é medida que se impõe. III - Negou-se provimento a ambos os recursos. (Acórdão n.411061, 20070110976507APC, Relator: JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, Revisor: ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 10/03/2010, Publicado no DJE: 24/03/2010. Pág.: 87)" Grifei
Assim, mostra-se correta a improcedência do pedido de indenização por danos morais e materiais.
Por esses motivos, NEGO PROVIMENTO ao recurso de apelação da Autora e DOU PROVIMENTO ao recurso de apelação da requerida, para, reformando a sentença, julgar totalmente improcedentes os pedidos.
Condeno a Autora ao pagamento das custas processuais e da verba honorária, que ora fixo no montante de R$10.000,00 (dez mil reais).
É o meu voto.



Quaisquer duvidas maiores todos poderão entrar em contato com a Direção da FET através do site www.escoteirotradicional.org , pelo email escoteirotradicional@gmail.com